domingo, 20 de abril de 2008

Tiquetaque

É no pêndulo oscilante
De um relógio pendurado
Que navega o instante
Entre o presente e o passado.
No espaço que percorre
O pêndulo vai desenhando
Uma linha que não morre,
Se a corda for durando.
Tiquetaque… tiquetaque…
É o ritmo cadenciado
Que palpita sem destaque,
Num coração sossegado.
Mas se um olhar se cruzar
Com outro bem atraente
O tiquetaque vai passar
A bater rapidamente!
Tiquetaque… tiquetaque…
É este o falar do tempo,
Numa língua sem sotaque
De perfeito entendimento.
E quando os lábios se beijam
Nos mais ardentes instantes
Os segundos não sobejam
No tiquetaque dos amantes.
Há horas que são compridas
E custam muito a passar,
Por vezes até deixam feridas
Bem difíceis de curar.
Os tiquetaques que a vida
Faz intenção de nos dar
Só a tornam bem vivida
Se os soubermos gozar!
E se há alguém que te diz
Que tu és especial,
Fazendo-o sinceramente,
É um tiquetaque feliz.
Podes não ter outro igual!
Aceita-o alegremente!

3 comentários:

Sabinax disse...

Gostei do tiquetaque...faz bater depressa o coração.Este tiquetaque, esta música de fundo, este blogue, este amigo...é tudo muito especial.

Grande Compadre!

Anónimo disse...

Ai Ai tiquetaque-tiquetaque, só é pena que na maior parte das nossas vidas falte a corda...

A maior parte das vezes, só paramos para olhar o relógio da vida tarde demais, por isso dá corda!!!....

Muitos beijinhos

MJ

Anónimo disse...

Um tiquetaque bem profundo, conhecedor e sonhador...
cada palavra, cada verso remete-nos o ensamento para um momento da nossa vida...
obrigada e um bem haja cheio de vontade que volte a estar inspirado para nos saudar com mais umas linhas da sua poesia...
Um beijinho

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