domingo, 18 de maio de 2008

Não chores

Se choras porque estás triste
E te dói o sentimento,
Tu sabes bem que existe
Nesse preciso momento
Alguém que chora contigo
E que apesar da distância
Será sempre teu amigo
Em plena consonância.
Se choras só por vontade
Que a alma te faz cumprir,
Lembra-te, tenho saudade
De olhar o teu sorrir.
Mesmo quando estás triste
É belo o teu semblante,
Mas se por acaso sorriste
Ainda é mais radiante!
O choro faz parte da vida
Nos momentos de improviso
Mas para curar qualquer ferida
O melhor é o teu sorriso!

Frases caladas

Sentado na areia molhada,
Sentindo a brisa do mar,
Escutando a balada
Que a água toca ao deslizar,
Libertando o pensamento
Para que ele possa voar,
Abrindo as asas ao vento
Onde ele ama planar.
Quando o espírito fica livre
E ausente de fantasia,
Deixo que o corpo vibre
Respirando a maresia.
Sinto na face o calor
Daquela estrela brilhante
Que me aquece com o fulgor
Da luz mais inebriante.
Fecho os olhos e escuto
O que o mar me quer dizer
Aqui neste meu reduto
Onde me tento esconder.
Venho procurar respostas,
Às perguntas complicadas,
A razão que não me mostras
Nas tuas frases caladas,
O porquê da inconstância,
As mudanças de atitude,
A causa da circunstância
Que te rouba a quietude.
Nesta areia onde me sento
Há pegadas magoadas
Que as ondas do sentimento
Vão tornar dissimuladas.
A maré está a subir
Nesta praia abandonada,
Bem…
Está na hora de partir,
Para longe desta enseada.

domingo, 11 de maio de 2008

Modesta timidez

Há expressões que me faltam
No mais simples dia-a-dia
Quando as emoções me assaltam
Da forma que eu mais não queria
As palavras vão-se embora
No mais curto dos momentos,
Deixando sem qualquer escora
A expressão dos pensamentos.
Podem ser vários os motivos
Que me emudecem o falar,
Mesmo estando com amigos
Em quem posso confiar.
Um gesto mais atrevido,
Uma frase mais picante,
Um murmúrio ao ouvido,
Um olhar mais penetrante.
Não é grande a frequência
Com que eu sofro deste mal,
Não me afecta a convivência
Nem me põe no hospital,
Não é uma maleita grave,
Nem pede receituário,
É um momentâneo entrave
Para o meu vocabulário.
A esta razão premente,
Que não me deixa falar
E me afecta a fluidez,
Podeis todos vós chamar
Apenas e simplesmente
De modesta timidez!

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