domingo, 30 de março de 2008

Yin e Yang

Se o Sol é a mais brilhante
Das estrelas que há no céu,
E a Lua é a sua amante
Vestida só com um véu,
Porque são raras as vezes
Que partilham o calor?
Porque esperam tantos meses
Por um momento de fulgor?
Se o inconsciente alento,
Que dá vida ao respirar
Não é mais que mero vento
Que o coração faz soprar,
Porque teima o pensamento
Em fazer-me suspirar?
Se até o mais simples dia
Se divide em duas partes,
Sem recorrer a magia
Ou outras estranhas artes,
Porque não há-de o coração
Ter dois lados bem distintos?
Um, onde vive a razão,
Outro, onde moram os instintos!
Se o valor da felicidade
Compra um sorriso ao olhar
Que ofereço com amor,
Porque é que a falsa verdade
Que teimas em me mostrar
Apaga o fogo que arde
Com lágrimas da mesma cor?
Neste estranho universo
Que é fruto do “Big Bang”,
Ainda resta algum calor.
Tu és o Yin neste verso,
Mas serei eu o teu Yang
Neste poema ao amor?
Talvez descubra a razão,
Assim a sorte o permita,
Entretanto...
Há um coração
A viver como eremita!

1 comentário:

Anónimo disse...

Lindissimo.
Fez-me recordar um poema que adoro: o so Sol e da Lua e sua história de amor...

Acerca de mim