domingo, 23 de março de 2008

Ponto fraco

Já dei saltos para o rio
De rochas bem escarpadas,
Já nadei com muito frio,
Em manhãs bem nubladas.
Já lutei para entrar no mar,
Contra a rebentação,
Com os braços sempre a remar
À espera da ocasião.
Não tenho medo das ondas
Que o mar faz ao respirar,
Gosto de as ver redondas,
Ter o prazer de as surfar.
Já fiz algumas descidas,
Em encostas inclinadas,
Já caí e já fiz feridas,
Já tive as mãos arranhadas.
Já trepei árvores frondosas,
Para espreitar os ninhos
Onde as aves cuidadosas,
Criam os seus passarinhos.
De todas estas aventuras
Que tive o prazer de gozar,
Mesmo as que foram duras,
Faço intenção de guardar.
Pensava eu que era forte,
Quase em todos os sentidos,
Vivi à conta da sorte,
Já tive ossos partidos.
Agora, quando te sinto,
Ou se te vejo a passar,
Adormece-me o instinto,
Apressa-se o respirar.
E então quando me dás
O prazer do teu olhar,
Fico à espera que te vás,
Não sou capaz de andar.
Provocas em mim tremuras,
E no calor do momento,
Tenho medo das alturas
Onde nasce o sentimento.
Da minha forma de ser,
Apenas resta um caco!
Bem… tudo isto deve ser,
Porque és o meu ponto fraco!

2 comentários:

Anónimo disse...

Ponto fraco... ponto fraco... quem me dera ser o teu, assim tinha a certeza de que o AMOR não mes esqueceu. Lindo!!! Simplesmente arrepiante.

Anónimo disse...

Grande "dejá vu"...pela vida... pelas experiências... pela loucura... pela adrenalina... pela inconsciência, sorte, saber...pelos pontos ultrapassados, pelas barreiras superadas, pelas forças renovadas...mas de novo, e inevitávelment: a fraquesa, uma nova "barreira"!!!
Deixo no ar, talvez sirva até de inspiração...lanço aqui um desafio, uma troca de impressões:
Porque é que sempre que sabemos as respostas, a vida nos coloca novas perguntas?!
Bjs

Naice

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