sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Cheio de nada

Empatia, amizade, amor e paixão
Onde moram eles
No meu coração?
A empatia mora no rés-do-chão,
Olá! Bom dia!
Então como vão?
Um sorriso, um olhar, um momento fugaz,
Um acaso,
Um comentário de ocasião,
Parece simpático, este rapaz!
E chega a amizade, vai de elevador,
Mora mais acima, vive noutro espaço,
Dá cá um abraço!
Aceita esta flor.
Olha quem vem lá!
É o senhor amor,
Entra pela porta, com ar de respeito.
Mora em todo o lado,
É dono e senhor,
Do espaço no peito.
Ah! … Mas corem agora,
Ela vem deslumbrante,
A dona paixão, que estava lá fora,
Nem sequer tocou, entrou de rompante
Fez-me uma carícia, mudou meu semblante,
Tingiu-me a pele da cor da amora.
Está cheio o espaço, todos moram lá,
Espero que esteja assim amanhã.
Mas então de repente,
Uma corrente de ar,
Abre a porta da frente,
A senhora indiferença teima em entrar.
Diz que é ali que ela quer morar,
E todo o espaço ela vai ocupar.
Expulsa os outros sem olhar a nada!
Agora olho da porta da entrada,
Vendo um espaço vazio,
Tão cheio de nada.
Sinto um calafrio,
Na noite calada.
Onde está o calor?
Ficou tanto frio,
Voltem por favor!

2 comentários:

Anónimo disse...

Artur, meus parabéns pelo seu belo poema. Criativo, na linguagem de nosso tempo, repleto de ironia fina como se quer, e com muito bom humor.

Anibal Beça

Anónimo disse...

Simplesmente magnífico...desde o primeiro até ao último!!
Mas este, este conseguiu demonstrar a alegria e boa disposição de quem o escreve e dar a conhecer a divisão dos sentimentos dentro de nós...
Muitos parabéns e continue a escrever, porque o faz muito bem...
Queria apenas deixar mais um comentário...a jeito de partilha de sentimentos...a distância, a saudade e o amor que em nós transportamos...

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